Não tenho postado nada. Nada sobre mim. Hoje falhei o desafio da Ádescávir, amanhã vou atualizá-lo. Mas hoje, não consigo.
Anteontem fomos jantar á da minha mãe. Acabámos a sopa, liga o pai do R.: "estou fora da cidade, a tua mãe está a sentir-se mal, tens de ir já pra lá".
Conheço bem o R., sabia que se não fosse com ele, ele perdia a calma. Lá fomos, e o meu conhado chegou pouco depois. Estendida no sofá, com uma cara branca e de olhos fechados, estava a minha sogra. Sente-se mal, dormente, tonta, com dores. Liguei para o 112, que já me tava a irritar de tantas perguntas. No meio dos gritos da minha sogra a dizer que ía morrer, que queria ver a neta e o marido uma última vez, que ía ter com a irmã, a gaja do 112 ainda me perguntava "ela consegue falar?". Para não me passar, dei o telefone ao meu conhado que se passou também e que conseguiu que ela parasse com as perguntas parvas (mas ela tá onde? e afinal ela tem o quê?) e manda-se vir a ambulância.
Antes que ela chegasse, a minha sogra deixa de responder por segundos. Começa o R. a chorar, a gritar pela mãe, o meu conhado a tentar manter a calma e eu a passar-me completamente. Volta a si, começa a dizer as mesmas merdas que antes (ai que a mãe vai morrer!!! Vou embora, vou ter com a minha irmã. Ai filho, queria tanto ver a A.(filha do meu conhado).... ai que vou embora!!!).
Um á parte. Ela enfurece-me. Mesmo mal, apetece-me deixá-la sozinha quando tá aflita, pa ela aprender. Anda á anos a engonhar pra não ir ao médico, mesmo com todos os problemas que tem. Problemas de tensão, diabetes que estão sempre nos 400 e tal, o mioma que tem no útero e que precisa ser urgentemente operado e lhe faz inchar a barriga como se ela tivesse grávida. Mas não vai ao médico. Diz que tem medo. Mente ao dizer que foi ao médico de familia e ele lhe disse não sei o quê, quando a mim não me engana e tenho a certeza que nem lá pôs os pés.
Mas quando se vê aflita, liga aos filhos e ao marido e diz que vai morrer. Mas ir tratar-se, tá quieto. E merecia que um dia ninguém lá pudesse ir, pra ela ver que está a correr risco de vida e pelo egoísmo dela, está a fazer sofrer os filhos.
Enfim, lá a levaram para o hospital. Não consegui deixar o R. ir sozinho, fui com ele. Estivemos lá até ás duas da manhã, altura em que eu quase chorava com dores na barriga e o R. disse para virmos embora, ficava lá o meu sogro.
Chegámos cá, ligámos e já vinham no caminho. Vá de exames para fazer, um papel para ser operada de urgência e marcar consultas para isso, e uns novos comprimidos.
Mas tenho a certeza que os papeis vão todos "desaparecer", assim do nada. E depois ela tem a desculpa perfeita para não os fazer e não se tratar: "não sei deles."
Já jurei ao R....se ela não se trata e começa com estas merdas outra vez (do filme do "ai que eu vou morrer, e deixa-me ver a minha neta" e blá blá blá, eu digo-lhe mesmo na cara "é bem feita que não se trata, quer o quê?!". Posso parecer fria e dura, e má. Mas com a minha sogra, que eu já conheço de ginjas, não dá pra mais. Porque ela adora fazer-se de vitima, adora os filmes que faz, adora ver toda a atenção para ela. Engana toda a gente, mas a mim não consegue. Por isso é que ela já não gosta muito de mim, sabe que sou a única que não vai nas tretas delas.
Lá fomos dormir. Ontem quando acordei estava cheia de dores na barriga. Não consegui levantar-me o dia todo sem ser para ir á casa de banho, e tinha de ser com ajuda. Ainda com mais raiva fiquei por ela.
Hoje ás 3h e tal da manhã começa a dar-me umas dores muito fortes. Acordo o R., quase a chorar, com medo. Mas passado uma hora e qualquer coisa, passou e consegui voltar a adormecer.
Estou agora com os músculos doridos, como se tivesse feito muitos abdominais, mas nada que me imobilize.
Ainda ontem á noite o R. começou a sentir-se mal. Vomitou, estava tonto, todo a tremer. Como sei que o pai dele é muito boa pessoa num sentido mas muito ranhoso noutra, sabia que mesmo que lhe ligasse para ir com o filho para o médico ele não ía.
Liguei á minha mãe, que veio a voar. Foi com ele para as urgências, e eu aqui sem saber de nada, não consegui ir porque estava cheia de dores.
Um tempo depois ligo e já vinham a caminho. São nervos, veio com uns calmantes para tomar e levou lá uma injeção.
Por isso estão a ver a minha cabeça hoje. Passei o dia na cama, nem me apetecia levantar. Estou feita num 8.
Ai a minha vida...